O problema é escolha. Ou você escolhe fingir que não vê, ou você escolhe fingir que nada aconteceu. E no fim, você percebe que é tudo a mesma coisa.
Uma vez meu padrasto, o pai do meu irmão, atropelou um cara, não lembro em que avenida no rio. Lembro que ela tinha quatro vias.
O cara veio de bicicleta atravessando a rua a alta velocidade, fora da faixa e bem longe de qualquer sinal, além de estar de noite e escuro e com carros passando.
Vocês sabem que a diferença entre culpa e responsabilidade é que a responsabilidade é mera ligação com causalidade, quando a culpa prevê imprudência, imperícia, ou negligência.
Meu padrasto pegou o cara em cheio, não tinha como desviar. Não tava embriagado, não tava a mais de 100km/h, prestou o socorro que pode ao maluco. Não teve culpa, foi praticamente suicídio. Mas ele foi o responsável pela morte do sujeito.
Vocês acham que ele ficou ok depois disso?
Imagina o estado do crânio do cara sabendo que a cabeça do maluco afundou A BARRA DO CHASSI lateral do Honda Accord da minha mãe.
Ele é responsável, apesar de não culpado, por uma perda na família do cara que é irreparável.
Agora imagina que ele tivesse atropelado alguém que ele gosta muito.
É como eu me sinto agora.
Sem culpa. Porém de que adianta.
A vida tem que seguir adiante.
"You were right, smith. It is inevitable."
Neo
Nenhum comentário:
Postar um comentário