quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Air & Lava

Há em mim um frio 
Das águas e terras que são a sustentação do mundo
Uma serenidade tempestiva em direção ao fim
Um copo, sempre cheio de presença, e feito de vazio

Há em ti um calor
Do fogo e das ventanias que moldam a forma da vida
Sempre a andar, abrindo caminhos pela paisagem, imparável
A força, alastra, inevitável, por onde passou

Há em nós um encontro
Talvez dos choques a destruição, 
espaços que se demoram, corpos que se desejam,
pensamentos que casam de pronto
Talvez a promessa da salvação
Escudos que se desarmam, armas que se juntam
Em rara ocasião
Talvez extenuados pelo tempo e destino, 
fortalecidos em espirito, em vontade, assim a vida nos fez

Ah, você, a beleza
Harmonia improvável de contraditórios,
Como mais de uma mulher vivendo numa só
Simultaneas, meiga e fatal, profunda e leve, 
engraçada e séria, sempre só, e sempre acompanhada

Ah, honestidade 
Arrancando uma promessa da felicidade
Sendo o que se é quando tem que ser
Quando a verdade, enfim, terá se feito 
substância, e o verbo, feito carne
E a carne, desfeita de suas pétalas
E assim, deitado em teu peito,
O meu poderá descansar
Água e fogo, Terra e Ar
Seriam, de repente, uma força só

para Val