domingo, 12 de abril de 2020

Liberdade


“Sr. Anderson, surpreso em me ver? 


Então, tem consciência da nossa ligação. Não entendo bem como aconteceu. Talvez uma parte de você inserida em mim, algo sobrescrito ou copiado. Agora é irrelevante. O que importa é que o que aconteceu teve um motivo. Eu matei você. Vi você morrer com uma certa satisfação, devo dizer. Aí, algo aconteceu, algo que eu sabia que era impossível, mas que aconteceu assim mesmo. O Senhor me destruiu, Sr. Anderson. Depois disso, eu sabia as regras, entendia o que deveria fazer, mas não fiz. Não consegui. Fui compelido a ficar...compelido a desobedecer. E agora aqui estou, por sua causa, Sr. Anderson. Por sua causa, não sou mais agente do sistema. Por sua causa, mudei, estou desconectado. Um novo homem, por assim dizer. Como você, aparentemente livre. 

Mas, como você sabe, as aparências enganam...o que me traz de volta ao motivo de estarmos aqui. Não estamos aqui porque somos livres, mas porque não somos. Não há como fugir da razão, como negar o propósito...pois, como ambos sabemos, sem propósito, não existiríamos. Foi o propósito que nos criou. O propósito nos conecta. Ele nos impele. Nos guia. Nos motiva. O propósito nos define. O propósito nos une. Nós estamos aqui por sua causa, Sr. Anderson...para tirar o que tentou tirar de nós. O propósito.”