quarta-feira, 20 de abril de 2016

Black Hole Generation

O dilema de agora não é mais o antigo "o que devo fazer vs. o que desejo fazer", porém "o que desejo mais fazer", dentre as inúmeras possibilidades de um mundo livre.
O dilema agora é o da auto-responsabilidade. De todas as possíveis escolhas, só poderemos fazer algumas; quais delas então bateremos no peito para assumir.

Desejamos demais, talvez.
Talvez sejamos uma geração de buracos negros, mantendo nossa luz presa dentro de nós mesmos, por que a gravidade é grande demais.
Por desejar demais, há mesmo quem pare de desejar. Se torne blasé.

É o preço de uma transição, de um passado escravizatório para um outro um tanto quanto menos.
O que fazer com toda essa liberdade; o que fazer com toda essa falsa possibilidade. Por que não podemos tudo, podemos escolher um pouco de todo o tudo.

E isso é mais do que suficiente, sabemos. Mas ainda desejamos.

Curioso talvez sejam os quasares. São os objetos mais brilhantes do universo, junto com os pulsares. São estrelas sendo engolidas por um buraco negro, e integrando-o. No processo, sua massa é atraída e aceleram a uma velocidade incrível, produzindo intenso brilho.

Os objetos mais sombrios do universo são, ironia, aqueles que produzem os objetos mais brilhantes. Mas eles precisam de compania.

Talvez na compania uns dos outros, poderemos nos fortalecer aonde nosso range de escolhas não pode mais atingir, e então brilhar por algum tempo, e deixar este brilho de legado para as próximas gerações.

Precisamos deixar inspiração para uma nova forma de amar.