domingo, 4 de março de 2012

Não importa

Decidi ser escritor e músico. Depois de algum tempo, algumas faculdades, alguns amores, percebi que nós só somos livres quando entendemos quem somos.
Por que nós não estamos aqui por que somos livres, nós estamos aqui por que não somos livres. Não há como escapar ou negar o destino ou o propósito.
E foi aí que eu percebi que eu sou completo, e todo mundo também é. Cada pessoa é o que é, não o que deseja ser.
Eu, enquanto completo, sou livre. Não preciso de ninguém para amar - a partir da minha liberdade, posso escolher amar se assim quiser.
Algumas pessoas, conscientes de sua liberdade, escolhem amar a uma outra pessoa, ou duas, e partilhar seu pedaço de mundo com aquela pessoa.
Eu fiz uma escolha um pouco difícil, mas não menos válida. Eu decidi compartilhar o meu pedaço de mundo com todos.
Não importa se a experiência de viver é aqui e agora ou lá e daqui a pouco, pois sempre é aqui e agora, no momento em que for. Não importa sob que ilusão a gente viva, o momento de inspiração liberta.
E na escolha de partilhar o meu pedaço de mundo com todos, me senti livre para amar a todos. É disso que a minha música fala. Do coração.
Eu resolvi escrever a história da minha vida pouco a pouco, em pedaços de papel, em contos pessoais e impessoais, pouco ou muito especificamente, para que cada um que pegasse aquilo para ler pudesse viver junto comigo, nem que fosse por um instante.
Assim como toda dor do mundo não é maior que a dor de uma criança que perde seu pai, todo tempo do mundo não é maior que um pequeno instante. Seja para curar uma ferida, ou dar um momento de alegria e luz a um outro coração.
O caminho do amor não pode ter a influência da mente, apenas o viver pode.  Mas o coração é quem sempre deve mandar. Pois nele se escondem todos os segredos, e ele sabe o que é melhor, e se você escolher segui-lo de verdade, tudo que você fizer vai dar certo. Se você realmente acredita, não importa como vai acontecer, vai acontecer.

Eu tinha o sonho de um dia poder mudar o mundo. E ainda tenho. Só que dessa vez não é por que, uma vez o mundo melhor, talvez eu seja alguém melhor.

Dessa vez eu percebi que cada um de nós é um universo, uma galáxia, uma estrela, um planeta, um corpo, uma célula, um átomo. Viemos para esse universo experimentá-lo e criar junto com o criador. Cada um de nós é músico da sinfonia, e apesar de o tom e o ritmo terem sido dados para esse universo, não importa, cada um de nós é único quando nossos dedos tocam as cordas do violino.
E nosso instrumento é o coração, o espírito, a nossa ligação direta com a fonte.

Nós viemos aqui para mudar o mundo, mas isso não é mudar o mundo. O mundo é uma constante mudança, ele é fluido e atemporal. Enquanto continuarmos tentando mudar isso para que se estabeleça um equilíbrio que nunca finda e tudo pode, bateremos na mesma tecla de sempre - não foi pra isso que viemos.

O ego é um instrumento também, assim como a teoria musical, mas eles não podem criar sozinhos naturalmente. Um computador é um instrumento, mas ele não pode criar sozinho naturalmente. Se você o mandar criar, ele vai artificialmente conseguir até criar uma coisa ou outra, mas ele sempre vai ser limtado, por que ele é feito de regras.

E pela natureza do coração, ele sempre vai vencer. Por que ele não está preso a regra nenhuma, ele é movido pela bondade.

Estamos em um universo em que tudo é feito de luz, ou de alguma forma mais grosseira e densa de dualidade. É só lembrar do gráfico da onda, morro acima morro abaixo.
A verdadeira criação vem da unidade. É ela que muda o mundo.

Vamos mudá-lo como ele quer ser mudado.