terça-feira, 12 de julho de 2016

The way back home

Every man thinks he's an island
But he's actually the sea

terça-feira, 21 de junho de 2016

Passando

Às vezes me pego pensando em como eu era um babaca no passado.

O que incomoda não é bem o fato de eu ter sido um imbecil, por que logicamente não faz sentido; o que já está feito está feito, e é possível que se não o tivesse sido feito, eu não estaria consciente agora.

Eu fiz (e defendi o feitio de) coisas ruins e algumas terríveis no passado. Mas graças ao sr. Buda, houve quem desse o tapa de acordar (o que eu e alguns chamamos de karma), e eu pude ver. E a estes eu sou grato. Houve também quem fizesse comigo coisas bem ruins. Sempre há. Não é em reação que somos o que somos; é em ação. 

O incômodo talvez seja um medo de não ter deixado de sê-lo. De que este babaca ainda viva, lá escondido, em algum lugar, no interior. Esperando a próxima oportunidade para dar um golpe. 

Deve ser parte da angústia de ser consciente; ter certeza demais é cinismo. Nada é certo. Existem coisas que temos certa confiança baseada em repetições e comprovações, mas vale até que se prove o contrário - e às vezes isso acontece. Não é diferente consigo mesmo; ter certeza demais de quem se é é cinismo. 

Tem que haver um policiamento, uma reflexão sobre si, sincera e profunda. Ela não pára; não há consciência sem observação própria.

As manchas de sujeira vão sendo lavadas, substituídas por tintas mais coloridas. Mas sua forma fica marcada. E ela se funde à pintura.

Se tudo o que você conhece é o Brasil, então você não realmente o conhece direito. Até que você saia dele e saiba também o que Não é o Brasil.

Do mesmo modo, um dia talvez eu tivesse sido eu, e apenas; sem mais. E então foi surgindo a consciência de mim mesmo. E então houve uma confusão por um momento, de o que era a mim mesmo. E assim, talvez tenha sido necessário ir na direção contrária, e tentar ser o que eu não sou. Mesmo sabendo, em algum nível, que isso estaria fadado ao fracasso. E então, eu soube que aquilo não era eu, e pude olhar no retrovisor. E dei marcha ré.

É um caminho meio torto esse, sim. Mas agora eu sei.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Black Hole Generation

O dilema de agora não é mais o antigo "o que devo fazer vs. o que desejo fazer", porém "o que desejo mais fazer", dentre as inúmeras possibilidades de um mundo livre.
O dilema agora é o da auto-responsabilidade. De todas as possíveis escolhas, só poderemos fazer algumas; quais delas então bateremos no peito para assumir.

Desejamos demais, talvez.
Talvez sejamos uma geração de buracos negros, mantendo nossa luz presa dentro de nós mesmos, por que a gravidade é grande demais.
Por desejar demais, há mesmo quem pare de desejar. Se torne blasé.

É o preço de uma transição, de um passado escravizatório para um outro um tanto quanto menos.
O que fazer com toda essa liberdade; o que fazer com toda essa falsa possibilidade. Por que não podemos tudo, podemos escolher um pouco de todo o tudo.

E isso é mais do que suficiente, sabemos. Mas ainda desejamos.

Curioso talvez sejam os quasares. São os objetos mais brilhantes do universo, junto com os pulsares. São estrelas sendo engolidas por um buraco negro, e integrando-o. No processo, sua massa é atraída e aceleram a uma velocidade incrível, produzindo intenso brilho.

Os objetos mais sombrios do universo são, ironia, aqueles que produzem os objetos mais brilhantes. Mas eles precisam de compania.

Talvez na compania uns dos outros, poderemos nos fortalecer aonde nosso range de escolhas não pode mais atingir, e então brilhar por algum tempo, e deixar este brilho de legado para as próximas gerações.

Precisamos deixar inspiração para uma nova forma de amar.


sexta-feira, 25 de março de 2016

What's left... and what's right

O que sobrou de nós
O que é certo para nós
Por que sobrou a nós
O que é certo
O que é nós
O que é direito
O que é esquerdo
O que és que herdo
Que és de direito
Que restou
Que não se foi
Que nunca veio a ser