quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Memorial de Daniel McCormick

Amar foi seu único pecado. Um erro que desafiou as leias da física e do mundo. Daniel, o homem que ousou desafiar a Deus, e sofreu as mais severas consequências.
Também, por que foi esse Deus dar-lhe tal privilégio? Amor puro e verdadeiro, o mais intenso já visto. Amor tão poderoso que o faria tomar a atitude mais insenssata possível. Mas o que é a sensatez para quem ama? Tal condição o punha em piloto automático quando o assunto era raciocinar. O amor tem essa característica vil de quebrar todos os muros entre o sagrado e o profano; entre a sanidade e a loucura; entre o bem e o mal.
E ninguém pode dizer que ele não amou de verdade. Ele entregaria sua vida por sua amada, e o fez. Mal sabia Daniel que o mundo é frio, uma máquina gigante que facilmente repõe suas engrenagens. Mal sabia Daniel que ele seria esquecido, e seu futuro se tornaria totalmente incerto, e seu presente simplesmente desapareceria. Daniel não perdeu sua juventude, ele apenas a interrompeu.
Nós nem podemos imaginar o quão intensa é a dor de acordar e ver que as pessoas que amamos ja se foram, e que todo o nosso esforço foi em vão, e as toneladas de idéias obscuras e arrependimentos sobre a cabeça. Mas Daniel tinha certeza de que era impossivel ignorar o que ele sentia, que para ele era o sentido de toda sua existência. Ele errou, mas descobriu que se não tentasse, toda a vida dele é que significaria um grande erro. O único jeito seria fragmentar a vida, tornar a derrota num recomeço, reerguer-se e caminhar, pois só os vivos caminham. Só o coração dos vivos é capaz de bater. Só os vivos são capazes de tentar sem se arrepender.
Daniel McCormick, o homem que perdeu tudo, menos a sua juventude.

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