quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cidade dos Porcos

De onde vem a nossa arrogância?
É o que mata e morre. Constrói e derruba muralhas. Colore e desbota.
O olho do seu amigo tem um cisco, mas o seu pode ter 53° de estrabismo, ser míope, cego.

A cidade dos porcos é feita de papel-marchê e sonhos. Aqueles que o realizam, correm sérios riscos de virar Linguiça. Muitos sonhos, pouca gana de realizá-los.
Coma tijolos, desde que coma mais que os outros. O importante é que sinta-se confortável, ou se possível, superior. Tanto faz o meio, raramente há um fim. Não há por que se preocupar com a ética, ora essa, porcos não fazem idéia do que essa palavra significa, são criaturas hipócritas. São seres amáveis e dóceis como as crianças, mas nunca dê as costas à eles. Não é querer dizer que sejam ruins (todos eles são obra do arquiteto), talvez ainda não tenham aprendido a viver, ou ao menos, ter idéia de como começar a buscar um propósito na vida. Isso justifica a sujeira. Talvez seja uma reação normal às suas fraquezas e deficiências.
A verdade é que se eles pudessem escolher, não seriam porcos. Um kanguru, talvez, para arrebentar a cara de quem os repudia. Um condor, para alcançar lugares inimagináveis. Um leão, imponente e viríl. Qualquer coisa é melhor do que viver para acabar em um fogão à lenha.

Porcos gostam de jóias, e gostam mais ainda de exibí-las, de preferência as mais valiosas, mesmo que essas pertençam ao fazendeiro. Perder uma jóia se assemelha a perder a vida, e todos sabemos que porcos são péssimos perdedores.

O mal perdedor não é aquele que se revolta contra os resultados. É aquele que tenta esconder, com um sorriso falso. É preferível o mártir de humilhar a si próprio do que entregar os pontos. E enquanto inventam estórias, abusam da difamação, fazem-se de vítimas, os mesmos aumentam o raio de sua insignificância.

Não é por ser porco, é por não ser torresmo.