Venho metaescrever da contraditória vontade de se dizer que se está de bem com o silêncio.
Estou sozinho e sem mente ligada. E assim não existe nada. Por que, não sendo eu um indivíduo - como um braço não é - nada pode perceber o resto senão como a si, de uma maneira que não é externa (EX iste), o que faz com que nada exista.
Somos pernas que ouvem sobre os meios dos braços, os quais ouviram sobre os meios dos olhos, que ouviram sobre os meios do cérebro e do coração. Até quando estaremos seguindo os passos de outros?
As minhas projeções nos outros deixam de existir quando eu deixo de existir. Então assim será.
Não interessa a composição àquele que não tem necessidade de se expressar e nem necessita de ouvir senão a verdade que há no silêncio. Assim como a música da vida pode ter inúmeras passagens com propósitos diversos, o propósito da música ainda é a própria música - o propósito divino da criação é ser.
E no silêncio eu não mais existirei, apenas seremos.
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