Há em mim um frio
Das águas e terras que são a sustentação do mundo
Uma serenidade tempestiva em direção ao fim
Um copo, sempre cheio de presença, e feito de vazio
Há em ti um calor
Do fogo e das ventanias que moldam a forma da vida
Sempre a andar, abrindo caminhos pela paisagem, imparável
A força, alastra, inevitável, por onde passou
Há em nós um encontro
Talvez dos choques a destruição,
espaços que se demoram, corpos que se desejam,
pensamentos que casam de pronto
Talvez a promessa da salvação
Escudos que se desarmam, armas que se juntam
Em rara ocasião
Talvez extenuados pelo tempo e destino,
fortalecidos em espirito, em vontade, assim a vida nos fez
Ah, você, a beleza
Harmonia improvável de contraditórios,
Como mais de uma mulher vivendo numa só
Simultaneas, meiga e fatal, profunda e leve,
engraçada e séria, sempre só, e sempre acompanhada
Ah, honestidade
Arrancando uma promessa da felicidade
Sendo o que se é quando tem que ser
Quando a verdade, enfim, terá se feito
substância, e o verbo, feito carne
E a carne, desfeita de suas pétalas
E assim, deitado em teu peito,
O meu poderá descansar
Água e fogo, Terra e Ar
Seriam, de repente, uma força só
para Val